quinta-feira, 16 de julho de 2009

expectativa...

Aprender essa calma... guardar o mundo que cresce no peito e quer transbordar. Pode parecer estranho, mas agora sei que devo cruzar os braços e fazer desse rio um oceano. Então, em um lugar em que ainda não existo, desabrocham cores e formas cada vez mais belas. Eis que é preciso guardá-las pelo maior número de séculos, deixá-las escondidas no porão onde foi esquecido o tempo. Novamente temo o silêncio e a morte, mesmo assim, devo calar. A vida há de ser justa, não deixarei tanta coisa por ser feita. E quando eu, finalmente, me for, já terei deixado minha obra nesse chão. E do pó que sou, ficará o barro mais nobre e humano.

Um comentário:

  1. me lembrou: " como uma influência anônima, como o sangue de antepassados que percorre as nossas veias continuamente, compondo com o nosso próprio sangue o que somos de único e irrepetível e cada nova guinada de nossa vida" (no livro Cartas a um jovem poeta - do Rilke)

    A gente deixa ao pó o que ele deixou e modificou em nós!


    =*

    (coruja)

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