quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

transmutação

você já não existe.
chegou de passagem,
tocou-me algum sonho e
virou miragem.

mensageira dos lugares impossíveis,
com mãos fofas e dentes afiados,
me conquista, me ameaça.


te guardo em mim,
feito pérola.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

contemplação

_acho que não é ela,
você, praticamente não existe,
aparentemente nos conhecemos -
ou nem isso.

ainda assim, qualquer coisa
brinca com minha imaginação já de manhã cedo,
e eu sonho.

gota-gota, ridículo.
contagem de milênios.
e nossas palavras tecendo pertenças:
o ser humano.

amor enquanto prova viva de nossa condição,
este pedido pelo encontro.
há de se aprender silêncio para amar,
o amor fala por todos os poros.

e é humanidade acumulada que dá sentido,
por isso podemos falar em amor.
assim, é uma espécie de sabedoria divina no desejo,
por exemplo, tem uma músi

_cala a boca e me beija...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

ridículo, estes pedidos por carinho.
esta exposição é vergonhosa!
ridículo!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

pétalas no chão

nem borboleta, nem fada,
será mulher a minha amada.
- e já então acordado,
tirou do chão ferramentas pra caminhada.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

empouguei

e mesmo atrasado pro cinema, acabei gravando a música de onde, na verdade, tirei o nome do blog: primeira esquina (mundo desmodim). dai coloquei nesse endereço: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=72581 ... é só procurar lá, ta no album musica e devaneio

bom, casa nova, cheia de móveis novos,
agora só falta alguem vir me visitar.


alguém vem da valor de uso pra isso!!!!!

sonho de jardineiro

com seu chapéu de palha,
em sua cadeira de balanço,
ele olha os pássaros,
sente o carinho do vento,
respira o verde das plantas.

mãos que mexem a terra,
brotam poemas de pétalas,
receios como espinhos,
arranjos para seu sonho de flor e ninho:

Seu olhar acalma o mau do mundo
(e sonha com ela...).
Seu sorriso diz sobre os mistérios mais profundos.
Seus lábios encarnam batalhas.
Suas pernas são lembranças das mãos sábias de Deus.

Tua barriga é planície das fadas.
Teu umbigo, vale de risadas.
Teus seios, montes abençoados.
Tua bunda, um templo impecável.
Teu sexo, meu recanto sagrado.

Tua sabedoria diz mesmo calada.
Teu jogo é de carta inventada.
Tua música é dançar as estrelas.
Tua força e medo é vulcão inigualável.

Quando teu desejo encontrará meus passos?
Quando meu passeio desatento trará seu afago?
Quando tua carne exorcizará esse fantasma?
Quando minha guarda será desbancada?

Quando virá você que guarda séculos em promessas,
e pra quem preparo cuidadosamente meu mais belo jardim?
Virá borboleta, virá fada?
Ou ficará rondando meus sonhos feito alma penada?

(...e acorda com a insistência de uma mosca chata!)

Barbaridade! melhor ir trabalhar
- e levanta cuspindo seu fumo de corda.

inútil paisagem

Porta trancada, três palmas e a luz se apaga.
tim-tim, comemoram a virada.
Desço ansioso pelo fundos e deixo a casa.
aqui, nenhuma voz, nenhuma risada.

Na rua, a lua e sua calma prateada.
Paisagem que já não sustenta estandarte.
Mas a brisa da magnólia que se espalha
lembra a dama que me roubara.

Murmúrios infiéis povoam de incrédulos a madrugada,
diziam-me, “louco, isto é ridículo”.
mas sei de mim,
e depois do primeiro encontro,
só sei dela.

me retiro,
fico de sentidos atentos para o proibido,
sinto as criaturas da noite e seus filhos.
E quando você surgiu de surpresa -
como já o fazia há anos seguidos -
jogando as cartas na mesa,
não tive reação. nem eu acreditaria.

Desejo de séculos cravado em mim,
e você com seu pó mágico me embriagou,
cintilante e purpurina. Pintou minhas asas,
sorriu do meu sorriso, roubou-me o abrigo.

Nos levou até o mirante mais raro,
e lá brincamos de corpos e sangue,
pactos e sonhos, plantas e montes,
gozos e rizadas.

então contou-me histórias infinitas de reinos incontáveis,
mistérios dessa vida impossível e adorável,
maravilhas para as quais os humanos estão impermeáveis.
e, nesse embalo sereno e mágico,
encaixou-se, delicada, em meu peito,
e aos poucos,
fomos os dois levados.

Ao nascer o dia,
podia ver toda a cidade,
todas as portas estavam abertas,
e, feito valsinha,
os velhos casais dançavam.

Mas você já não existia,
e todo encontro era saudade.
Foi quando brotou na alma o tom santo de Jobim,
e me revelou essa maldade:
é o preço que se paga:
o resto, agora,
é inútil paisagem...

cheio de promessas

começo de ano...
então brotou,
vê lá!

se cuida...