Pois quando fugi
(ou quando me expeliu pra noite fria)
soube que nasci embriagado,
que estava condenado.
Por isso, os passos cruzados e o sangue de vinho,
a alma colorida e a mediocridade vomitada na mesa.
O esquecimento e a alegria. A mentira. O desejo.
Sim,
no armário de coisas antigas
os poemas que me cravastes são dados por perdidos.
Mas ressurgem, letra por letra,
quando sua figura me assombra,
até formarem estrofes, imagens, novenas.
E enquanto invento seu nome, me doem os lábios,
me sagram as coxas, me cora a face –
um fio de prazer brota de dentro dos ossos, e
espalha-se sob seu domínio.
Hipnotizado,
me reencaminho ao eterno ninho,
onde o sonho me tira o sono,
e inocentemente brinco.
Sei que você não existe.
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... mesmo assim, me mata.
ResponderExcluir...o ideal que se confunde e se mascara como real!
ResponderExcluir(coruja)
engraçado. são palavras muito familiares pra mim. as sensações também. e não é deste todo humano-porque-que-a-gente-é-assim? não. Tenho variações parecidas.
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