terça-feira, 23 de junho de 2009

Sob o signo de seu nome

Pois quando fugi
(ou quando me expeliu pra noite fria)
soube que nasci embriagado,
que estava condenado.

Por isso, os passos cruzados e o sangue de vinho,
a alma colorida e a mediocridade vomitada na mesa.
O esquecimento e a alegria. A mentira. O desejo.

Sim,
no armário de coisas antigas
os poemas que me cravastes são dados por perdidos.
Mas ressurgem, letra por letra,
quando sua figura me assombra,
até formarem estrofes, imagens, novenas.

E enquanto invento seu nome, me doem os lábios,
me sagram as coxas, me cora a face –
um fio de prazer brota de dentro dos ossos, e
espalha-se sob seu domínio.

Hipnotizado,
me reencaminho ao eterno ninho,
onde o sonho me tira o sono,
e inocentemente brinco.


Sei que você não existe.

3 comentários:

  1. ...o ideal que se confunde e se mascara como real!


    (coruja)

    ResponderExcluir
  2. engraçado. são palavras muito familiares pra mim. as sensações também. e não é deste todo humano-porque-que-a-gente-é-assim? não. Tenho variações parecidas.

    ResponderExcluir