faço de tijolinhos planos pr`aquela calma precisa,
das coisas verdes que conservam raízes
e confiam sua vida a um único solo
repleto de intempéries e providências.
Calma das árvores antigas.
Calma das formigas trabalhadeiras, que indubitavelmente aplicam toda sua energia a uma tarefa certa, digna, sem erros, completa de motivo. De quem encontrou sua abelha rainha...
Daquela falta de incerteza que abraça os que ainda podem crer em Deus e, nas dificuldades, vêem dos ombros dEle os passos na areia, e cantam louvores.
Da constância e verdade nas sempre únicas ondas que brindam o mar - onde todos são pequeninos e os jacarés são de se correr atrás - ondas que, esticando-se, no fim da tarde, acariciam com o fim castelos, desenhos e versos feitos justamente sob a predestinação de findar. Praia nordestina, o vento nos coqueirais e o bom proveito de suas sombras, o calor no corpo e a água evaporando, a esperança em silêncio oceânico de um dia reencontrar seu habitat.
A calma de saber o quão ínfimo somos no tempo e que a vida independe de qualquer sorte pra continuar, que não temos força para desperdiçar o caminho, e que mesmo a existência sendo desprezada teremos paz na velhice e boa aposentadoria – com casa fortificada e família amada (ah, a santa inocência burguesa...)
O encontro com a bondade do destino, das coincidências que transbordam o sentido e onde a felicidade depende de esticarmos o braço. A calma do despreocupado, do que anda de improviso, certo da ajuda dos astros. O domínio dispensado...
Do simples e profundo,
do detalhe que abre o mundo,
da metáfora mais bonita que nada vale.
Da obra concretizada, da sensação de totalidade,
do inútil, do prenhe, do bruto, do delicado.
...como um sorriso de amor.
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que integridade!
ResponderExcluirnasmastê
é charme...
ResponderExcluir;)
Agora é que perdi minha noite de sono... Gosto mto de ler aqui. bjos (Andorinha)
ResponderExcluirrs
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