Há matas atlânticas antes do seu plano.
Desço ladeiras para chegar.
Caminho por areias soltas
e deito embalado no seu som a me navegar.
Estou absolutamente sozinho na praia,
sendo abraçado pelo mundo inteiro ao misturar sol e vento.
Não sei de onde vem sua cor, mas vem como canto de sereia.
Paraliso frente ao mar, qual esfinge, me chama.
As nuvens desenham sombras nas tuas ondas, o desejo dança.
Sou olhos estabelecidos, vazados por alguém que novamente ama.
Aprendo ver o silêncio.
Com o imenso buraco que em mim fecunda,
hieroglifo a lembrança das estrelas.
Bebo duma sabedoria perdida.
Talvez por isso, afunde no oceano.
Aflito ao não encontrar chão, algo pré-história me origina.
Hoje há um grande monstro em todo coração humano,
e eu continuo com meu sonho de menino.
Com o passar do tempo vou ganhando verde,
necrosando em alto mar.
Alimento pássaros e peixes,
vermes crescem vida em mim -
agradeço.
Aos poucos some meu corpo inchado,
até simplesmente ser esquecido.
Agora sim, em plenitude, diluído.
Já não tenso.
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